O
cientista espanhol Emilio Jesús Alegre del Rey apresentou em Paris, com
ocasião do Congresso Europeu de Farmácia Hospitalar, realizado do 13 ao
15 de março, uma rigorosa investigação sobre a pílula do dia seguinte (PDS), confirmando seu caráter abortivo.
Em
seu Relatório sobre a pílula do dia seguinte, Alegre del Rey,
farmacêutico especialista em Farmácia Hospitalar, concluiu que "a
disponibilidade da PDS atenta contra a vida
dos embriões ainda não implantados, supõe riscos para as usuárias,
carece de benefícios em termos de redução da taxa de gravidez imprevista
e aborto provocado, e ocasiona um gasto supérfluo".
O
farmacêutico assinalou que "parece muito provável que a PDS atue
parcialmente mediante mecanismos pós-fecundação que dariam conta, ao
menos, de 30% -e possivelmente, de 50%- de seu efeito na diminuição das
gravidez confirmadas".
"A
negação do efeito pós-fecundação (abortivo) carece atualmente de base
científica relevante e não é consistente com a melhor evidencia clínica
disponível", assinalou.
Para
o cientista, "o fato de que a PDS possa atuar parcialmente mediante
mecanismos que causam a eliminação do embrião, supõe um dado de partida
para a discussão ética e para as cláusulas de consciência, e deve ser
comunicado aos profissionais".
"A
eliminação do embrião ainda não implantado tem relevância ética e
psicológica para as potenciais usuárias, muitas das quais manifestam que
não tomariam um produto desse tipo", indicou.
Emilio
Alegre advertiu que "resulta imprescindível" que as mulheres que
poderiam recorrer à pílula do dia seguinte "sejam informadas, sem
ambiguidades nem omissões, de que a PDS pode ter um efeito abortivo
antes da implantação".
O
farmacêutico acrescentou também que "existe evidência experimental de
máximo nível que mostra que facilitar a disponibilidade da PDS não
diminui a taxa de gravidez imprevista nem a de aborto provocado a nível
populacional".
As
afirmações de que a disponibilidade da pílula do dia seguinte, com ou
sem controle médico, contribuiria para diminuir a gravidez imprevista ou
abortos provocados "são contrárias à melhor evidencia científica
disponível e supõem uma grave desinformação em matéria sanitária",
assegurou.
Emilio
advertiu também que a pílula do dia seguinte "supõe riscos para a
saúde, e ainda mais quando se usa em populações escassamente
representadas nos ensaios clínicos (como por exemplo, em adolescentes,
mulheres com ciclos irregulares), em condições não provadas nos mesmos
(administrações repetidas, mais ou menos frequentes), e/ou em pessoas
com riscos específicos (alterações de coagulação, histórico de gravidez
ectópica, salpingitis, interações, etc.)".
"A
expansão atual da disponibilidade deste produto hormonal, sabendo que
esta aumenta sua utilização, mas não contribui com benefícios e sim com
riscos, parece uma decisão contraditória do ponto de vista da saúde
pública, além das considerações éticas", assegurou.
Ao
comentar esta investigação, a Dra. María Alonso, coordenadora da Área
de Medicina de Profissionais pela Ética, assinalou que "a investigação
do Emilio J. Alegre implica consequências bioéticas evidentes já que ao
ter a PDS um efeito abortivo, devemos afirmá-lo com claridade".
"Na
Espanha a sua distribuição continua sem limite de idade nem prescrição
médica, o qual resulta uma barbaridade do ponto de vista médico e
bioético", denunciou
Autor: Aci Digital
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