Estamos
diante de uma questão fundamental para quem deseja viver de modo
coerente a fé católica. A participação na santa missa revela quem é
Jesus para nós. Infelizmente, alguns católicos interpretam a
participação da missa como obrigação, ao invés de entendê-la como uma
graça dada por Jesus, com a finalidade de estarmos mais unidos a Ele.
Esta certeza fica clara na celebração da
última ceia, na quinta feira santa. Primeiro temos a revelação do
sentimento de Jesus em Jo 13,1: “como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.”. Amor
se retribui com amor, quem ama Jesus vai a missa por amor, e não
obrigação. E a seguir, descobrimos que Ele marcou este encontro com quem
é Seu amigo e discípulo, como lemos em Lc 22,19-20: “Tomou em
seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo:
Isto é o meu corpo, que é dado por vós; f azei isto em memória de mim.
Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este
cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós…”. A palavra chave indicando a importância da participação na santa missa é “fazei isto em memória de mim”. Estar com Jesus não é algo figurado, mas real.
Quando nos reunimos para participar da
santa missa Jesus esta aí presente. Ele vem ao nosso encontro e nos
acolhe na pessoa do sacerdote. Fala conosco através da Palavra, e se
torna presente em Corpo, Alma e Divindade na Eucaristia.
Como é possível isso? Na última ceia Ele tomou o pão e disse: “Isto é o meu corpo”, e com o vinho: “Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue”.
Desde o início do cristianismo estas palavras foram entendidas em
sentido literal. O que significa isso: Jesus não disse que o pão e o
vinh o parecem ou recordam, e sim isto é meu Corpo e Sangue. Como saber
se esta era a intenção de Jesus? Uma das maneiras mais simples é ler com
atenção o discurso do Pão da Vida em Jo 6. Aí, por exemplo, Nosso
Senhor diz, em Jo 6,51: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu.
Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a
minha carne para a salvação do mundo.”.
Também é importante não perder de vista o
fato da missa ser uma renovação do sacrifício da cruz. Não se trata de
um novo sacrifício, pois ele aconteceu para sempre no Calvário. Por meio
da santa missa, torna-se presente o efeito morte de Jesus na cruz em
nosso favor. Qual este efeito? Salvação, perdão, cura, libertação…vida
nova. Jesus também revelou esta verdade de fé. Ao tomar o pão disse: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós”. Onde foi dado por nós o Corpo de Cristo? No sacrifício da cruz. Com o vinho foi mais claro: “Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue”.
Ao dizer Nova Aliança, recordou a Antiga Aliança, celebrada por Moisés
no monte Sinai, onde foi sacrificado um animal. Todos os anos os
israelitas tinham que renovar este sacrifício. Já para os seus
seguidores, Jesus ordenou que o fizessem todas as vezes que se reunissem
em seu nome.
O Catecismo da Igreja católica no n 2182
ensina: “A participação na celebração comum da Eucaristia dominical, é
um testemunho de pertença e fidelidade a Cristo e à sua Igreja.” É
importante entender que a missa é uma reunião em comum, na qual se
reúnem aqueles que se reconhecem convidados por Jesus. Trata-se de uma
resposta de amor, e desejo de se encontrar com Aquele que dá sentido a
vida. A própria palavra Igreja significa assembleia ou convocação da
assembleia.
Padre Alberto Gambarini
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